articles

1º Aniversário: Jornal O PAÍS

20/11/2009
Aniversário: Carlos Moco, o primeiro campeão. Editor de fotografia.
Carlos Moco. Foto: Daniel Miguel
Chama-se Carlos Chilala Moco e é a fotografar o mundo como faz carreira. É escusado perguntar-lhe com que paixão se entrega à profissão que escolheu, por ser demasiado óbvio. Olhar pela objectiva da sua máquina que carrega para todo o lado, capturar os voláteis momentos de que anda feita a roda da vida, viver a emoção de cada segundo imortalizado com o clique sedutor, é assim como resolveu escrever a sua própria sinfonia do prazer.

Discreto, entrou para a Casa Amarela como quem vinha dar uma espreitadela apenas. Debaixo do braço o portfólio carregado de grandes momentos belamente retratados, a prova sem discussão de uma carreira consistente, auspiciosa, daquelas que os outros profissionais do sector querem para eles próprios, num misto de admiração e reconhecimento que, se mal gerido o sentimento, pode descambar em inveja grotesca.

A vida dos notáveis seduziu-o por longo tempo como profissional. Daí ter tido uma colaboração demorada com a Caras Angola, mas que trocou mal soube dos preparativos de um novo jornal. Mudou-se de armas e bagagens para o Sul de Luanda. Foi dos primeiros a saber que existia no mapa por desenhar desta zona em expansão uma Casa Amarela decidida a virar celebridade.



DE SUB A CHEFE
As suas performances deram-lhe logo o direito a uma entrada pela porta grande. Foi escolhido para segundo na cadeia de mando do sector de fotografia, ascendendo pouco tempo depois à liderança, mal se conjugaram os factores para a promoção.

Coordena a minguada equipa de fotógrafos que atende ao cada vez maior número de solicitações, pois à rotina de começo de vida juntou-se agora um novo elemento: o grupo Media Nova tem um novo produto desde Outubro último, o Semanário Económico, e é o núcleo de fotografia que Carlos Moco lidera que tem também de cobrir as suas necessidades de reportagem. Ele próprio vai para o terreno vezes sem conta, como de resto é prática na Casa Amarela, onde não existe — nem pouco mais ou menos — o espírito ou o conceito do chefe que apenas orienta. Age-se como uma equipa que até tem regras a ensinar ao futebol e outros desportos, pois o treinador, o preparador físico e toda a liderança, fazem os planos, avançam com a estratégia de ataque… mas entram também em campo, para fazer golos.

Grande parte das missões de mais elevada responsabilidade, como visitas ao estrangeiro ?do Chefe de Estado e as ?Grandes Entrevistas, cobre-as Carlos Moco. A qualidade num jornal que surgiu para fugir da mediania e procurar a excelência em tudo não se compadece com facilitismos.

Luís Fernando, jornalista.